quinta-feira, 11 de maio de 2017

NASCE TERCEIRO FILHO DE GORILAS DA AMÉRICA DO SUL


O nascimento de filhotes em um Jardim Zoológico sempre é motivo de comemoração. Imagine então se o bebê for de uma espécie ameaçada de extinção! Imagine ainda se esse for o terceiro filhote de gorila da planície ocidental (Gorilla gorilla gorilla) a nascer em um Zoo da América do Sul. 

São exatamente esses fatores que têm feito com que a equipe técnica da Fundação Zoo-Botânica (FZB) de Belo Horizonte celebre mais uma vez o sucesso na reprodução e manutenção do grupo de gorilas na instituição.

A gorila Imbi tornou-se mãe pela segunda vez nessa segunda-feira, dia 8, e há motivos suficientes para afirmar que a família está bastante adaptada e feliz no Zoo de Belo Horizonte. O filhote nasceu por volta das seis horas e foi prontamente aconchegado pela mãe, que agora deverá ficar mais recolhida para cuidar do caçula.

Como o parto foi normal, não houve a necessidade de nenhuma intervenção por parte dos veterinários da FZB-BH, o que tornou todo o processo bastante tranquilo para os animais. 

Desse modo, o grupo passou a contar com três adultos (duas fêmeas e um macho), além dos três filhotes, dois machos e o recém-nascido que ainda não teve o sexo determinado.

Os irmãos mais velhos nasceram em 2014, com apenas um mês de diferença entre eles. O primeiro filhote de gorila nascido em Zoológico na América do Sul, Sawidi nasceu em 5 de agosto de 2014, enquanto Jahari veio ao mundo em 10 de setembro do mesmo ano. Desde então, a dupla tem sido a alegria das crianças e também dos adultos que visitam a Fundação. Além do interesse pelos filhotes, o que chama a atenção é a harmonia da família de gorilas.

A partir de agora, Sawidi e Jahari passarão a ter mais um companheiro de brincadeiras, enquanto os adultos Lou Lou e Leon poderão, junto com Imbi, zelar pela tranquilidade do grupo. 

Mesmo o grandalhão Leon já foi visto inúmeras vezes manifestando seu carinho e atenção com os filhos. A tendência é que o pai, com a chegada do novo bebê, continue a participar de brincadeiras e a estimular a prole em suas incursões no recinto.

Da mesma forma que acontece quando vamos visitar um bebê que acaba de nascer em nossa família, assim também deve ser o cuidado do público na hora de se aproximar do recinto dos gorilas. 

A orientação é que haja silêncio para não perturbar a rotina do grupo e para que os animais possam ter a maior liberdade para se acostumar à nova rotina e ao novo membro do grupo. Sendo assim, é importante seguir as orientações dos técnicos que trabalham no Zoo e respeitar o modo de ser dos animais.

Programa de Bem-Estar Animal
Garantir o bem-estar animal é uma preocupação de instituições que mantêm animais sob cuidados humanos, em todo o mundo. A exibição de maior diversidade comportamental, bem como a capacidade de se adaptar a situações estressantes são bons indicativos de bem-estar animal. É importante estar atento a todos os aspectos, como as características comportamentais e o habitat de cada espécie, e também os hábitos e o histórico de cada indivíduo.

O recinto de gorilas da FZB-BH é naturalmente enriquecido e proporciona diversas situações semelhantes às que os animais encontrariam se estivessem em seu habitat, como várias árvores, plantas palatáveis, locais para descanso, esconderijos, material para a confecção de ninhos, entre outros.

Conservação ambiental
Os gorilas da planície ocidental aparecem na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como espécie “Criticamente Ameaçada”. Isso em decorrência de fatores como caça comercial, doenças e perda de habitats.

Neste sentido, o nascimento de mais um filhote de gorila no Jardim Zoológico da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte reafirma o compromisso da instituição com a conservação dessa espécie. 

De acordo com o presidente interino da FZB-BH, Homero Brasil, é muito significativo ser uma das referências na América do Sul no Programa Internacional de Conservação de Gorilas. 

“Temos obtido sucesso na reprodução de gorilas e isso nos deixa muito confiantes em todo o trabalho que vem sendo realizado por nossa equipe técnica”, destaca.

Comportamento na natureza
O gorila é o primata de maior dimensão e corpulência se comparado a outros como o chimpanzé, o orangotango, o bonobo, o gibão e o próprio homem. 

Os machos adultos podem medir, em posição quadrúpede (apoiados nos quatro membros), cerca 1,70 metro de altura. Já as fêmeas são bem menores e possuem em torno de 1,50 metro de altura. Eles pesam entre 135 e 275 quilos; elas, entre 70 e 140 quilos.

Na natureza, esses animais, quando atingem a maturidade sexual, saem do grupo no qual nasceram. Os machos podem formar grupos de solteiros ou ficar solitários até encontrar fêmeas para constituir seu próprio grupo. Para as fêmeas, essa migração se dá por volta dos oito anos e, a partir dos 11 anos, para os machos.

São animais sociais, vivem em grupos de cinco a 30 indivíduos, compostos por um macho dominante (chamado de “silverback”, reconhecido por apresentar as costas cinza-prateadas), fêmeas e filhotes de várias idades.

 Têm o hábito de andar à procura de alimentos e, depois de se alimentarem, descansam. Os jovens e filhotes são mais brincalhões e gostam de subir em árvores.

Quando o macho dominante se sente ameaçado, costuma lançar um forte rugido, seguido de grunhidos de frequência variada (lentos e depois rápidos); então ergue-se sobre as duas pernas, arranca a vegetação, atirando-a para o ar. Em seguida, bate no peito com as mãos ligeiramente fechadas e corre em várias direções.

Possuem hábitos diurnos, parando para se alimentar e descansar durante as horas mais quentes, entre 10h e 14h, e à noite. São tímidos e pacíficos. Comunicam-se por meio de dezenas de sons com diversos significados.

Informações sobre os gorilas do Jardim Zoológico da FZB-BH
Os gorilas adultos que vivem na FZB-BH são oriundos de instituições diferentes: enquanto as fêmeas Lou Lou e Imbi vieram do Reino Unido (do Zoológico Howletts – Fundação Aspinall), o macho Leon (nascido em Israel) veio de Tenerife, na Espanha (do Zoo Loro Parque). 

O empréstimo dos animais somente foi possível após a recomendação da Associação Europeia de Zoológicos e Aquários (European Association of Zoos and Aquaria, EAZA, em inglês) e depois da obtenção de licenças junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Ministério da Agricultura.

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