Sensor de detecção de raios que faz parte do projeto instalado no telhado do prédio do IRN
A escolha de Itajubá como uma das bases para a instalação de um sensor se deve a sua proximidade com a capital paulista.
A finalidade da instalação do aparelho é aumentar a eficiência da detecção citada, e para que ela acontecesse, foi celebrado um acordo entre as duas universidades.
As conversas foram iniciadas em novembro de 2016 entre o professor Marcelo de Paula Corrêa, vice-diretor do IRN da Unifei, a professora Michelle Reboita, coordenadora do curso de Ciências Atmosféricas da Universidade, e o professor Carlos Augusto Morales, da USP.
Em uma das correspondências trocadas, o professor Morales informava que o Laboratório Storm-T, do IAG, e o Ceped, da USP, estavam “conduzindo diversas pesquisas associadas a tempo severo, em especial aos efeitos das descargas elétricas”, e que ele estava à frente de um projeto de pesquisa para monitorar as descargas elétricas dentro do Estado de São Paulo, em municípios que estejam dentro da área de cobertura dos sensores.
O sensor para detecção de atividade elétrica da atmosfera que foi instalado no IRN é composto por uma antena que capta ondas de rádio na faixa de 5-500 KHz, uma antena de GPS e um computador tipo PC.
Segundo o técnico Eduardo Fernandes, do Laboratório Storm –T, responsável pela instalação na Unifei, o equipamento não emite nenhum sinal, mas somente capta as ondas de rádio.
Ele explicou que, assim como feito na Unifei, o sensor deve ser instalado em lugar que possua uma instalação elétrica adequada de 220 volts, com bom aterramento, e que não tenha muita interferência elétrica ou mecânica, causada, por exemplo, por trens, máquinas elétricas, transformadores de energia, elevadores, fios de alta e baixa tensão e lâmpadas de vapor ou outras com transformadores.
O técnico também disse que a distância entre a antena e o computador não pode ultrapassar 30 metros, por causa da extensão do cabo, e que é preciso conectar o computador na internet, para fazer a transmissão dos dados a toda a rede de detecção.
Assim, para a realização do projeto, foi solicitada à direção do IRN autorização para a utilização da rede da Unifei, bem como a liberação das portas de acesso a dados e serviços de internet, conforme especificado no documento de cooperação, para realizar a transferência de dados.
O professor Enrique Vieira Mattos, da área de Radares e Satélites do IRN, que irá desenvolver pesquisas com os dados obtidos pela rede de sensores, explicou que essa rede de detecção é composta por 10 bases onde ficam os sensores, sendo que a maioria delas está localizada em cidades paulistas.
Ele disse que antes da montagem do equipamento na Unifei, tinham sido instalados sensores apenas nas cidades de Santos e Indaiatuba, no Estado de São Paulo, e que, além de Itajubá, haverá uma base em Londrina, no Paraná.
Segundo Mattos, a partir do envio dos dados de cada sensor, serão mapeadas as descargas atmosféricas e as informações serão disponibilizadas no portal www.raiosonline.iag.usp.br, dentro de um ambiente de Google Maps.
Nesta plataforma, também serão divulgados os alertas sobre a ocorrência de tempo severo, para serem enviados à Defesa Civil do Estado de São Paulo.
O professor Morales, da USP, informou que até março de 2017 todos os sensores estarão instalados e funcionando e que os dados de localização estarão disponibilizados apenas para fins de pesquisas e ensino para as entidades onde os equipamentos estão instalados e os colaboradores do projeto, porém o portal público RaiosOnline será aberto e todos os usuários podem acessar a localização graficamente.
Quanto à existência de projetos similares a este em outras regiões do Brasil, o professor Morales citou a Starnet, que é coordenada pelo Laboratório Storm-T.
“A diferença desta rede é que ela mede raios intra-nuvem e nuvem-terra, enquanto que a Starnet é basicamente nuvem-terra”, esclareceu.
O professor adiantou que não existe custo de manutenção do sensor instalado. “Solicitamos um ponto de rede de energia e internet, mas qualquer manutenção no equipamento será feita pelo laboratório Storm-T”, explicou.
Na correspondência referente ao acordo entre as universidades, o professor Morales informou que no portal eletrônico referente ao projeto será veiculado o logotipo da Unifei, a fim de evidenciar a cooperação, e que os dados coletados poderão ser disponibilizados para fins acadêmicos.
Com alta resolução espaço-temporal, denominada de RaiosOnline, a rede é desenvolvida pelo Laboratório de Sensoriamento Remoto Meteorológico de Tempestades (Storm-T), do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), e pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Desastres (Ceped), ambos da Universidade de São Paulo (USP).
da assessoria UNIFEI
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