Programa desenvolvido pelo Sebrae beneficia sistemas de inovação e produção de 10 empresas da cidade de Cláudio
Materiais estocados de forma errada podem causar prejuízos à empresa? Movimentação excessiva de produtos e pessoas também? E instalações inadequadas, com fiação exposta?
A resposta para estas três questões, e muitas outras, é: sim. Foi o que 10 empresas do segmento de Fundição da cidade de Cláudio, município do Centro-Oeste mineiro, localizado a 180 quilômetros de Belo Horizonte, perceberam após participarem das consultorias tecnológicas do “Programa Lean – Melhoria e Produtividade”, ministrado pelo Sebrae Minas, no segundo semestre de 2016.
A atividade já mostra resultados significativos: apenas nos quesitos redução de custos e melhoria de produtividade, a economia anual do grupo girará em torno de R$722 mil.
O Programa Lean da Fundição foi desenvolvido pelo Programa Sebraetec (inovadora ferramenta criada pelo Sebrae para implantar, ou ampliar, os conceitos de inovação empresarial) em parceria com o Instituto de Competências Empresariais (ICE), a Associação das Indústrias Metalúrgicas de Cláudio (Asimec), a Federação das Indústrias MG (Fiemg) e o Sindicato da Indústria de Fundição MG (Sifumg).
“Trabalhamos diretamente com o chão da fábrica e conseguimos provocar benefícios nos vários níveis de produção e gestão das empresas”, ressalta o analista do Sebrae, Guilherme Rabelo.
No caso das fundições de Cláudio, o Lean foi aplicado com objetivos bem definidos: reduzir perdas e desperdícios, propor retorno financeiro, aumentar a produtividade e satisfação do cliente, solucionar problemas.
“Seguimos fielmente a proposta do Programa Lean, que visa implementar sistemas de manufatura enxuta e otimização de produtos e processos”, explica Rabelo.
Os resultados mostraram que deu certo. Além da economia de mais de R$700 mil, o conjunto das 10 empresas participantes conquistaram outros ganhos importantes: a cada ano, 35% de aumento de produtividade, 69% de redução nas atividades que não agregam valor (NVAA) e 30% a menos de retrabalhos.
O Programa Lean foi estruturado em 70 horas/aula para cada empresa, com treinamentos práticos, consultorias tecnológicas e foco geral em três áreas de atuação: produtividade, qualidade e logística.
Para o técnico de Segurança da Fundição São Cristóvão, Francisco Lopes, “foi uma mudança muito boa. Além de melhorar o nosso leiaute, melhoramos a circulação dos colaboradores e diminuímos o risco de acidentes”. A atividade foi fundamental também para a concretização de projetos individuais, caso da Isoaço, que buscava a certificação ISO 9001, conquistada em dezembro.
“O Programa Lean foi de suma importância para nós neste processo. A linguagem, clara, direta e objetiva nos auxiliou para conquistarmos a ISO em apenas seis meses”, reconhece a controller da empresa, Priscila Fonte Boa.
As 10 empresas participantes foram: Belga Móveis, Grandsol Aquecedores e as fundições EBF, Fundvinte, Isoaço, Lassal, Rig, Santana, São Cristóvão e União.
A cidade de Cláudio forma com as vizinhas Divinópolis e Itaúna o maior polo de fundição de Minas e o segundo do país.
O município abriga cerca de 80 empresas do segmento, destacadas pela produção de móveis em alumínio, peças de ferro fundido e outros.
Até 2008, antes da crise mundial originada nos Estados Unidos, o setor estava a pleno vapor, com produção anual de 1.150 milhão de toneladas. O crash econômico baixou a produção para 590 mil toneladas.
A grande dificuldade veio a reboque do recuo da indústria automotiva nacional, que consome 57% do que é produzido pelas fundições.
A queda na produção automotiva provoca, quase instantaneamente, o mesmo efeito nas fundições. A esperada retomada do crescimento em 2017 aumenta a esperança dos empresários. Prova disto é o Programa Lean que, segundo o analista Rabelo, alcançou os resultados esperados. “Vamos repetir a atividade neste ano já sabendo que haverá uma corrida pelas vagas”.
por William Monteiro - da Agência Sebrae MG de Notícias
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