terça-feira, 10 de janeiro de 2017

MEIO AMBIENTE: MUNICÍPIO DE LAVRAS POSSUI 6 ÁREAS CONTAMINADAS, SEGUNDO RELATÓRIO DA FEAM

Trecho da Rodovia Fernão Dias em que existe uma das áreas contaminadas, no município de Lavras
O inventário de áreas contaminadas e reabilitadas em Minas Gerais registrou, em 2016, 642 locais do tipo no território mineiro. 

O estudo foi realizado pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e indica que o maior número de empreendimentos corresponde a postos de combustíveis, incluindo o comércio varejista de combustíveis e revendedores de gasolina, álcool e diesel.

Os grupos de atividades econômicas importantes como a indústria metalúrgica (10%) e o transporte ferroviário (7%) ocuparam o segundo e terceiro lugar respectivamente. Belo Horizonte registra 198 áreas cadastradas, correspondente a 31% do total.

As áreas contaminadas e reabilitadas cadastradas distribuem-se em 170 municípios de Minas Gerais, cuja maior ocorrência se distribuem nos municípios de Belo Horizonte, Betim, Paracatu, Juiz de Fora e Uberaba. Na capital e nos municípios vizinhos, notadamente em Betim, existe um número expressivo de atividades efetivamente ou potencialmente poluidoras.

Em Lavras, no Sul de Minas, o relatório da Feam aponta 6 áreas contaminadas. Todas apresentam como fonte de contaminação vazamentos ou infiltração. Todas as seis áreas na cidade tem como meios impactados águas subterrâneas, sendo que em três também houve impactos no solo.

Quatro delas estão classificadas como Área Contaminada sob Intervenção (ACI) e as outras duas classificada como Área em Processo de Monitoramento para Reabilitação (AMR). 

Em relação a etapa de gerenciamento destas áreas, três áreas estão sob intervenção e remediação, duas áreas estão sob monitoramento para reabilitação e uma área está sob investigação detalhada e avaliação de risco.

Destas áreas, três estão localizadas em postos de combustíveis, sendo dois deles na Rodovia Fernão Dias (BR-381) e um na região central da cidade. As outras áreas contaminadas estão localizadas em área explorada por uma ferrovia. 

Os dois grupos de contaminantes encontrados nas seis áreas cadastradas na Feam e localizadas no município de Lavras são os dos compostos orgânicos, destacando-se os hidrocarbonatos aromáticos (BTEX – benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno) e os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), encontrados principalmente em combustíveis e derivados de petróleo, incluídos solventes, óleos e graxas.

Em relação a fase livre, que é a ocorrência de substância química ou produto imiscível (não suscetível de misturar-se), em fase separada da água, o relatório da Feam aponta que duas áreas estão com está etapa em situação de processo de remoção, uma área em situação de fase livre não removida, duas áreas com fase livre em situação de removida e uma marcada com a categoria não. 

O inventário de áreas contaminadas em Minas Gerais tem o objetivo de fazer o gerenciamento dessas áreas, por meio da identificação e caracterização dos impactos associados à contaminação, incluídos a estimativa de riscos, além de subsidiar decisões quanto às formas de intervenções mais adequadas a fim de minimizar os riscos eventuais e danos principalmente a pessoas e ao meio ambiente.

“O documento é importante, pois possibilita a divulgação de informações para a população dos locais de contaminação, levando ao conhecimento de onde há ou existiu áreas com a presença de substâncias químicas no solo ou nas águas subterrâneas que podem causar riscos carcinogênicos ou tóxicos a humanos, assim como também tem o potencial de fornecer informações técnicas para trabalhos de pesquisa relacionados, por exemplo, à qualidade do solo e águas subterrâneas, gerenciamento de áreas contaminadas, prevenção e risco à saúde”, disse o analista ambiental da Feam e mestre em Ciência do Solo, Rômulo César Alexandrino.

Ele também destaca que o inventário de áreas contaminadas pode ser utilizado como ferramenta importante para profissionais da área da saúde. “Os dados de saúde pública podem, por exemplo, ser correlacionados com a presença e contaminantes em determinadas regiões, indicando a necessidade de se avaliar prováveis efeitos de contaminantes na saúde da população”, disse.

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