segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

QUEDA EM RANKINGS

Em sua segunda aparição no THE, Universidade Federal de Lavras já apresenta queda no ranking
Universidade vive seu dilema com mau desempenho em rankings e seus problemas internos e estruturais

A Universidade Federal de Lavras (UFLA) vem apresentando uma queda gradativa em suas posições nos rankings internacionais de prestígio. 

No Brics & Emerging Economies Rankings 2017, publicado pela Times Higher Education (THE), em parceria com a Elsevier e direcionado para os países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a Universidade Federal de Lavras caiu da 185ª posição (2016) para a 188ª posição (2017).

O Brics & Emerging Economies Rankings 2017 foi anunciado no último dia 30 de novembro, durante evento realizado na África do Sul. Na classificação de 2016 eram as citadas as 200 melhores instituições de ensino superior nesta categoria e, agora, no ranking de 2017 foram classificadas 300 instituições. Foram além dos Brics, foram incluídos outros 50 países emergentes na análise.

E no contexto geral do THE, a Universidade Federal de Lavras também caiu na classificação. A instituição, que passou a figurar no THE World University Rankings 2015-2016, na lista divulgada em outubro de 2015, na classificação 601-800. No THE Word University Rankings 2016-2017, a UFLA despencou para a posição 800-980.

Perda de posições
Depois de figurar na lista das 100 melhores universidades da América Latina, de acordo com o QS Quacquarelli Symonds University Rankings de 2015, ocupando a 95ª posição, a Universidade Federal de Lavras caiu para 126ª posição neste ano. O QS World University Ranking foi divulgado no dia 5 de setembro deste ano, pela Quacquarelli Symonds, organização britânica de pesquisa em educação, especializada em instituições de ensino superior.

Criado em 2004, o ranking está entre os mais importantes do mundo e passou a fazer uma lista exclusiva para as melhores universidades da América Latina em 2011. A queda da UFLA neste ranking das instituições latino americanas, ficou abaixo até da colocação obtida pela instituição no ano de 2014. Naquele ano, a UFLA ocupou a 104ª colocação. A melhor pontuação obtida pela universidade na classificação latino americana foi em 2013, quando alcançou a 94ª classificação.

Já na classificação entre os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a Universidade Federal de Lavras também apresentou uma queda acentuada: 101ª posição em 2014; 111ª posição em 2015 e agora, 121ª posição (faixa 121-130) em 2016.

Já em julho deste ano, a UFLA não entrou na lista das mil melhores universidades do mundo, na avaliação divulgada pelo Center for World University Rankings (CWUR), da Arábia Saudita. Este é o único ranking global a medir simultaneamente qualidade de ensino e de treinamento dos alunos, assim como o prestígio dos acadêmicos e qualidade das pesquisas sem ter como base dados e pesquisas fornecidos pelas próprias instituições avaliadas.

E após ficar de fora da lista das mil melhores universidades do mundo, na avaliação divulgada pelo Center for World University Rankings da Arábia Saudita, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) também não apareceu entre as 500 melhores em um ranking chinês de classe mundial.

O Ranking Acadêmico das Universidades de Classe Mundial (ARWU, na sigla em inglês) divulgado em agosto deste ano, aponta as 500 melhores universidades mundiais segundo critérios como qualidade na educação, premiações alcançadas pelo corpo docente, publicações nas revistas Nature e Science e publicações indexadas nas áreas de ciências sociais.

Mudança de visão
Para um docente da instituição consultado pela reportagem do Blog O Corvo-Veloz, a queda da Universidade Federal de Lavras nos rankings reflete o aumento da competitividade com a ascensão de outras instituições, maior rigidez nos métodos de classificação e, sobretudo, maior protagonismo das instituições de ensino no cenário mundial.

"A UFLA nos últimos anos experimentou um momento de expressiva expansão. Hoje temos cursos nas áreas de humanas, várias engenharias e até um curso de medicina, mas ao mesmo tempo a visão da universidade não mudou. A universidade ainda não enxergou que precisa ser protagonista das discussões e da sociedade. Também se voltou para um marketing que hoje não se justifica mais, diante de seus próprios problemas", afirma.

Ele ressalta ainda: "Neste ponto, vivemos um momento desafiador no País e no mundo. A Universidade Federal de Lavras precisa primeiro descobrir qual será o seu papel nesta nova fase global e passar a ser mais protagonista. Não vemos a universidade assumir uma posição ousada diante destes desafios que surgem. Estas universidades estão se consolidando nos rankings porque elas sabem que hoje uma instituição não pode mais ser omissa e distante da sociedade, a instituição tem obrigação de contribuir com a sociedade, contribuir com as discussões, se socializar".

"A arrancada nos índices de classificação se deu no momento que vivemos o 'boom' da expansão. Essa fase passou e agora estamos com um alto número de estudantes ingressando na instituição a cada semestre letivo e não estamos mais dando conta de oferecer estruturas adequadas que suportem esse excesso. Ao mesmo tempo, temos esses cursos novos que exigem esforço para sua consolidação. Aí temos que pensar: qual a universidade que somos hoje? O que temos a oferecer ao mundo? É chegado a hora de voltarmos o nosso olhar para nossos problemas internos", destaca ele.

Brics
Na 13ª posição, a Universidade de São Paulo (USP) continua sendo a universidade brasileira mais bem colocada no Brics & Emerging Economies Rankings 2017, divulgado, no dia 30 de novembro, pela consultoria britânica de educação superior Times Higher Education (THE). 

O ranking classifica as 300 melhores universidades dos cinco países que compõem o Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – e de países emergentes como Taiwan, Turquia, Colômbia, Chile e México.

As universidades chinesas dominaram o ranking, com seis instituições entre as dez melhores. As primeiras posições ficaram com a Beijing University (1ª colocada), Tsinghua University (2ª) e Lomonosov Moscow State University (3ª).

Ao todo, 25 universidades brasileiras entraram na classificação. As mais bem colocadas foram a USP, em 13º lugar; a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 28º; a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), em 55º; a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 89º; e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 117º.

O Brics & Emerging Economies Ranking utiliza os mesmos 13 indicadores de desempenho da classificação mundial do THE, porém adaptados para refletir as características e as prioridades de desenvolvimento das universidades dos países do bloco.

Os indicadores são agrupados em cinco categorias — ambiente de ensino, inovação, internacionalização, pesquisa (volume, investimento e reputação) e citações (influência da pesquisa).

Um comentário:

Anônimo disse...

Considero importante os rankings, mas realmente a UFLA precisa se voltar mais neste momento para seus problemas internos. Não se consegue ter visibilidade mundial sem cuidar da própria casa.