sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

BONECAS QUE CONTAM HISTÓRIAS

‘Sesc Costurando Vidas’ propõe temas e discussões do universo feminino

Um ponto de costura aqui, uma conversa lá, faz e refaz. Em meio a linhas, agulhas e tecidos, elas vão se conhecendo e reconstruindo, muitas vezes, sua própria história. Num momento em que a mulher é cada vez mais valorizada e conquista lugares na sociedade, falar de si e de tudo o que a envolve é bastante pertinente. 

E nesse contexto, por meio do Sesc Costurando Vidas, mulheres de todo o estado podem transformar a realidade em que vivem e de muitas outras pessoas.

O Sesc Costurando Vidas é um curso de formação humana e fortalecimento de gênero, exclusivo para mulheres. 

A atividade busca desenvolver o protagonismo, o empoderamento e a autonomia para futuras referências comunitárias, por meio da confecção de bonecas de pano tradicionais, em meio a dinâmicas de grupo, rodas de conversas e debates sobre temas que cercam o cotidiano feminino. 

A programação contempla módulos como autovalorização, raça e gênero, violência doméstica e relações interpessoais e comunitárias. A atividade é oferecida para o público de instituições parceiras à Rede Sesc Ação Comunitária.

A proposta de se costurar as bonecas é fazer um paralelo com a vida, em que se exercita um costurar constante, um ir e vir, assim como um ponto de costura, mostrando que é preciso resolver alguns assuntos para então finalizá-los, alinhavar ideias, cortar algumas situações e medir proporções. 

Assim são os encontros do Sesc Costurando Vidas, momentos em que as mulheres transferem para as linhas, agulhas, lãs e tecidos, seus sonhos, dificuldades, angústias, conflitos, sofrimentos, alegrias e experiências, representando nas bonecas cada história de vida.


‘Costurando Vidas’: histórias de vida representadas em bonecas de pano 


Ninguém que entra sai a mesma pessoa. Assim também foi com Vera Lúcia dos Santos, de 60 anos, que chegou ao projeto, em Juiz de Fora, enfrentando um quadro sério de depressão. 

“Eu só ficava deitada, sem querer conversar e só chorava. No primeiro dia eu já me senti muito bem e fui ocupando a minha mente e enfrentando a minha tristeza. Em uma fase bem difícil da minha vida, as bonecas surgiram em um momento certo para me ajudar”, conta.

Mudança e renovação foi o que o curso proporcionou à Vera Lúcia 

A percepção de mudança é vista não só pelos participantes do curso, mas também por representantes de instituições. 

A assistente social da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), em Muriaé, Luciana Maria Pedrosa Lopes, avalia a participação das mães dos assistidos pela entidade no Costurando Vidas. 

“Hoje elas são mais próximas, passaram a sorrir muito mais lá dentro da instituição, criaram vínculos também com os profissionais que estavam ali próximos a elas, como os professores. Os temas trabalhados foram muito pertinentes ao dia-a-dia de cada uma. Algumas coisas aconteciam e elas não falavam com ninguém, pois achavam que deveriam ficar guardando aquele ressentimento. Lá, elas puderam falar sobre, discutir sobre. Foi muito bom”, disse.

Para Luciana, mães que participaram do ‘Costurando Vidas’ passaram a ter outro comportamento 

Na cidade ou em lugares mais distantes, o Sesc Costurando Vidas também está presente. A atividade foi realizada na Comunidade Quilombola de Riachinho, na zona rural de Januária, Norte de Minas. 

“Para quem não sabe, não é só costurar bonecas. Muita coisa maravilhosa aconteceu comigo e com minhas amigas. Tivemos a autoestima elevada, mensagens sobre a saúde, prevenção ao câncer de mama, e a equipe do Sesc proporcionou algo indescritível a todas nós”, conta a dona de casa Joana da Silva Souza, de 46 anos.

Para Joana, os temas propostos foram muito relevantes para as mulheres da Comunidade 

Os problemas e situações que as mulheres enfrentam são muitos, mas o caminho para resolvê-los pode estar em uma conversa, uma discussão, um bate-papo, e o Sesc Costurando Vidas está aí ajudar a trilhar novos caminhos.
por Cibele Neves - da assessoria Sesc MG

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