quarta-feira, 9 de novembro de 2016

GOVERNADOR FERNANDO PIMENTEL PRESIDE CERIMÔNIA DE ENTREGA DA MEDALHA SANTOS DUMONT


O governador Fernando Pimentel presidiu, nesta terça-feira, 8, na Fazenda Cabangu, no município de Santos Dumont, na Zona da Mata, a solenidade de entrega da Medalha Santos Dumont. A comenda é concedida pelo Governo de Minas Gerais e, neste ano, foram agraciadas 111 personalidades e uma entidade. O próprio governador foi orador da cerimônia.

Pimentel destacou que o espírito inovador de Santos Dumont deve ser usado como inspiração pelos cidadãos e pelo país para vencer esta “fase difícil na vida brasileira”. 

“Temos problemas graves na política e na economia, que repercutem diretamente na vida de cada brasileiro e de cada brasileira. E a superação desses problemas requer muito trabalho, empenho e sacrifício. Pois foi com trabalho, com determinação e com muito empenho que Santos Dumont venceu o desafio, aparentemente intransponível, de colocar em voo a primeira aeronave mais pesada que o ar. Ele não se deixou abater pelas críticas, pelos insucessos temporários, nem pelas pedras no caminho. Este é o exemplo que temos de seguir”, apontou.

O governador também ressaltou ser “preciso reatar laços básicos da convivência democrática” e que uma nação só se faz forte e coesa se houver “respeito às regras constitucionais”.

“Ninguém tem o monopólio da verdade nem uma procuração para decidir sozinho o que é melhor para o povo. No estado democrático de direito, ninguém pode estar acima da lei. Não estão acima dela os políticos, nem os militares, mas tampouco estão os juízes e os promotores. Todos, sem exceção, à lei devem se submeter e respeitar antes de tudo o direito do outro, o direito do diferente, do oposto. Esse respeito sagrado é o que caracteriza os estados democráticos, e os diferencia dos regimes de exceção”, comentou.

Segundo Pimentel, a crise que afeta União, estados e municípios só será superada com humildade e generosidade por parte dos governos e das oposições. 

“A crise não será superada fomentando o ódio e a intolerância na política e na vida pública. Não será superada com pretensas soluções econômicas, que propõem um falso equilíbrio fiscal à custa do aumento da desigualdade e do desemprego. Não será superada com a produção da desesperança e do desalento na vida da nossa gente. Ao contrário. Superá-la exige, acima de tudo, humildade e generosidade de um lado - o dos governos - para governar para todos, sem revanchismos nem perseguições, e de outro lado - o das oposições - para não apostar no quanto pior melhor”, afirmou.

Homenagem
A medalha foi criada em 1956 para comemorar os 50 anos do primeiro voo do brasileiro Alberto Santos Dumont em uma aeronave mais pesada que o ar, o 14-Bis, em outubro de 1906, em Paris (França). É concedida em quatro graus: Grande Colar, Ouro, Prata e Bronze. 

A Fazenda Cabangu, local da cerimônia, é o lugar onde nasceu o inventor do avião e guarda um preciso acervo de Santos Dumont, entre réplicas de aviões e objetos do inventor.

O prefeito de Santos Dumont, Carlos Alberto Ramos de Faria, ressaltou a importância de reverenciar a memória do inventor. "Em tempos em que nossos valores de nação e de orgulho à pátria andam carecidos de brio e expressividade contemporânea, renomear Alberto Santos Dumont, sem dúvida, é inspirador. 

Foi nesta fazenda - e hoje museu - Cabangu, o local onde há 143 anos nasceu o brasileiro cuja fantástica capacidade criativa mudou a forma de locomoção em grandes distâncias com sua genialidade e criatividade". 

Condecorado com a medalha, o subcomandante do Batalhão Aéreo de Belo Horizonte e piloto de helicóptero da Esquadrilha Pégasus, major Didier Ribeiro Sampaio, está há 23 anos na Polícia Militar de Minas Gerais, sendo 15 dedicados ao policiamento aéreo. 

"É uma atividade prazerosa e estou profissionalmente muito realizado. Eu faço o que eu gosto. É uma situação maravilhosa ser reconhecido como essa comenda tão importante para nós da aviação e da Polícia Militar", destacou.

Outro oficial condecorado foi coronel intendente da Aeronáutica, Ângelo Nascimento Marroso, com 32 anos de serviços prestados. Depois de passar por São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus, voltou ao estado para trabalhar no parque aeronáutico de Lagoa Santa. 

"Nesse momento da carreira, ser condecorado com essa comenda é uma gratidão e uma honra muito grande. A paixão eu adquiri ao longo da carreira e, hoje, sou completamente apaixonado pelo o que eu faço", enfatizou.

Para a diretora do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Maria Ângela Figueiredo Braga, pesquisadora do Núcleo de Violência e Criminalidade – e também condecorada -, "a medalha tem um sentido amplo que o próprio nome de Santos Dumont nos remete, que é essa capacidade de criar, construir e voar, alçar voos". 

Segundo ela, a homenagem leva à "sensação de pertencimento àquele lugar que você trabalha. A Unimontes é um espaço muito interessante e enriquecedor que contribui para a formação das pessoas que hoje estão no Norte de Minas, no sertão de Minas Gerais", disse. 

Santos Dumont
Nascido em 20 de julho de 1873, Alberto Santos Dumont era o sexto filho de Francisca Santos e do engenheiro Henrique Dumont. Em 1892, foi estudar na França. Em 1906, realizou o voo do 14-Bis, um pequeno avião de alumínio, bambu e seda japonesa. 

O voo, considerado o primeiro feito com um aparelho mais pesado que o ar, foi registrado pela Federação Aeronáutica Internacional. Recebeu vários prêmios, inclusive do Aeroclube da França.

Em 1932, com a saúde debilitada, Santos Dumont foi levado pela família para uma estação de repouso no Guarujá, no litoral de São Paulo, aos 59 anos.

Fazenda Cabangu
A família do inventor chegou àquela região da Serra da Mantiqueira em 1872, quando o engenheiro Henrique Dumont foi comandar as obras de construção da estrada de ferro que cortava os vilarejos de João Gomes (atual Santos Dumont) e João Aires. Um ano depois, nasceu Alberto. Os Dumont só ficaram ali até 1875. A casa de Cabangu acabou se tornando apenas um ponto de apoio para os trabalhadores da ferrovia.

Em 1919, Alberto Santos Dumont decidiu retornar à casa natal. Ganhou o imóvel de presente do governo e se tornou um criador de gado. 

Em meados da década de 1920, teve que deixar Cabangu para tratar da saúde na Europa. Mesmo distante, não escondia o desejo de que o local fosse preservado e doado à nação. 

Depois de sua morte, em 1932, uma comissão liderada pelo jornalista Oswaldo Castelo Branco se empenhou na transformação da velha residência em museu. Criado pelo Governo de Minas em 1956, o parque histórico só foi oficialmente inaugurado em 1973.

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