Banca de mestrado ocorreu nesta terça-feira, 29, na Faculdade de Serviço Social
O processo de favelização da cidade de Juiz de Fora, na Zona da Mata, na atualidade é o tema da dissertação de mestrado da aluna do Programa de Pós-graduação em Serviço Social (PPGSS), Laís Maria Lima Barbosa. 

O estudo tem como título “Desenvolvimento das forças produtivas, crescimento da população supérflua e favelização nesses tempos de crise estrutural do capital: um estudo sobre a Vila Olavo Costa.” 

A defesa aconteceu nesta terça-feira, 29, sob orientação da professora Elizete Maria Menegat na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

No trabalho, Laís aborda as dificuldades de acumulação do capital devido à crise econômica mundial contemporânea, a busca de soluções para a crise por meio da automação dos processos produtivos e o consequente aumento do desemprego estrutural e da pobreza, que levaria à formação das favelas. 

“Discutir essa questão é essencial na busca de extrapolar o senso comum e dar à população mais pobre a visibilidade junto à academia, despertando uma consciência, em busca de um entendimento que possa provocar mudanças”, explica a mestranda.

A Vila Olavo Costa, bairro carente de Juiz de Fora, foi usada como exemplo, por ser a primeira área da cidade considerada favela. Laís já havia estudado o bairro na graduação, quando fez estágios na região e chegou a entrevistar moradores. 

“A Vila é um exemplo emblemático das questões que discuto no mestrado. A região começou a ser povoada na década de 1950 e é hoje uma das maiores áreas de favela em Juiz de Fora, com características, como pobreza, violência e tráfico de drogas.” 

Para a professora orientadora, Elizete Maria Menegat, o trabalho é inovador ao buscar compreender a produção da pobreza na sociedade, a partir de uma crise econômica profunda que causa o desemprego. 

“As pessoas sem ocupação, que chamamos de excedentes da força de trabalho, vão se concentrar espacialmente em pontos definidos da cidade, como as vilas, as comunidades, as favelas. Diante de uma crise mundial, cuja solução é pensada pela via da automação, vai sendo aumentado o volume de pessoas sem ocupação, sendo a maioria delas formada pelas populações negra e parda. Essa é uma discussão importante a ser feita”, considera.