Dois consultores da Organização das Nações Unidas (ONU) Kleber Pettan e o japonês Shugo Hama visitaram as instalações do campus Machado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (IFSULDEMINAS), na manhã da última quinta-feira, 16, para conhecerem a infraestrutura de pesquisa e produção de café.
Ambos desenvolvem projetos na Ásia e África junto a comunidades produtoras de café orgânico (Fair Trade) por meio da Japan International Cooperation Agency (JICA).
Shugo Hama é engenheiro agrônomo formado pela Universidade de Tóquio, no Japão, e trabalha junto a pequenas comunidades no Vietnã, em parceria com a agência de pesquisa japonesa KRI.
“O plantio lá é muito semelhante ao do Brasil, porém, eles não preservam as matas nativas no entorno, como ocorre aqui. A ideia é levar essa experiência do campus e da cooperativa de café orgânico de Poço Fundo ao sudeste asiático, mostrando que é possível preservar o meio ambiente produzindo com qualidade”, explica o agrônomo Kleber.
Famílias vietamitas e a cafeicultura
A comunidade local vietnamita vive no entorno de um parque nacional e sua principal cultura é o café. Segundo Shugo Hama “o parque vem sendo desmatado em função do plantio.
O objetivo é encontrar o equilíbrio entre a produção e a preservação ambiental. Isso porque tanto lá quanto no Brasil os grãos mais plantados são o arábica e ocorrem em situações de topografia, clima e altitude semelhantes.
O efeito da vegetação nativa tem impacto significativo na colheita.
"A lavoura na Ásia, por não conviver com as plantas locais, sofre diretamente as intempéries do tempo, com diminuição da produção e qualidade que são afetadas pelas mudanças climáticas ocorridas, por não manterem seus microclimas”, destaca.
Shugo Hama disse que é importante a visita ao instituto federal pelo Know How do campus.
“Essa colaboração pode construir parcerias futuras entre o IFSULDEMINAS e a Fadema com as instituições japonesas, numa troca de realidades e conhecimentos. Pretedo levar tais conhecimentos para a Universidade em Tóquio e propor um intercâmbio do IFSULDEMINAS junto ao Japão e ao Vietnã”.
Para o professor Ivan Franco Caixeta, que acompanhou os consultores durante sua estadia na região, “cada vez mais há o interesse exterior por nossas experiências, e é o que temos visto com esses pesquisadores. Isso nos proporcionará abrir um novo campo de parcerias, para que possamos também conhecer os trabalhos em países africanos e da Ásia.”
Encontro com estudantes do campus
Os visitantes farão uma palestra junto a estudantes de agronomia do campus Machado, na noite desta quinta, no salão pedagógico, a partir das 19h. A atividade também é aberta a comunidade local e regional.
Fair Trade
O Fair Trade, ou Comércio Justo, contribui para o desenvolvimento sustentável ao proporcionar melhores condições de troca e a garantia dos direitos para produtores e trabalhadores marginalizados.
A International Federation of Alternative Trade, Federação Internacional de Comércio Alternativo em português, define o Comércio Justo como uma parceria comercial, baseada em diálogo, transparência e respeito.
A iniciativa busca uma maior equidade no comércio internacional.
Os adeptos do Comércio Justo esperam contribuir para o desenvolvimento sustentável por meio de melhores condições de troca e garantia dos direitos para produtores e trabalhadores à margem do mercado, principalmente no Hemisfério Sul.
O Fair Trade é uma alternativa concreta e viável frente ao sistema tradicional de comércio.
com assessoria
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