quinta-feira, 28 de maio de 2015

REITOR DETERMINA SINDICÂNCIA PARA APURAR MORTE DE CACHORRO EM CANIL DE PASSAGEM

Local possui mais de 10 m2 para cada um dos 16 cães abrigados, incluindo área coberta e solar, com espaço para proteção de frio e vento

Foi constatado que os animais no abrigo provisório não apresentam estresse ou maus tratos

Segundo relato do profissional responsável pelo trato dos animais que estão no canil de passagem recém-construído no Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Agropecuária, a Fazenda Muquem, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), o Hiena, cão famoso que vivia no campus da instituição, teria se envolvido em uma briga com outro cão no local.

O fato causou a morte acidental do animal, gerando grande comoção e repercussão entre a comunidade universitária. 

Na tarde desta quarta-feira, 27, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) fez um convite para que o médico veterinário Antônio de Pádua Lima fizesse uma visita técnica ao canil de passagem recém-construído no Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Agropecuária (Fazenda Muquem). 

Diante do acidente ocorrido o animal abrigado, o Hiena, o reitor professor José Roberto Scolforo, assino a Portaria nº 590, nesta mesma quarta-feira, designando a abertura de Sindicância Investigativa para averiguação das condições do canil de passagem, tratamento dado aos animais e causa morte do cão Hiena. 

O relatório final da Comissão deverá ser apresentado no prazo de 20 dias. 

Visita do veterinário
Após avaliação, o profissional Antônio de Pádua Lima, atestou previamente que o local está adequado ao abrigo de animais, com excelente relação entre o ambiente e o animal, com mais de 10 m2 para cada um dos 16 cães abrigados, incluindo área coberta e solar, com espaço para proteção de frio e vento. 

“Há alimento e água de forma adequada para todos os animais, a área está higienizada, sem odor ou umidade. Não há sinais de estresse ou maus tratos”, adianta o médico veterinário, que deverá entregar laudo técnico à Direção Executiva da UFLA.

Os animais abrigados provisoriamente no local aguardam a identificação de um local permanente para que sejam transferidos. Também estão à disposição para adoção e guarda responsável, sendo que os interessados devem procurar a Prefeitura do Câmpus.

Banalização da vida
Além de representar um ato de extrema crueldade, abandonar animais constitui crime ambiental. Alguns proprietários continuam com esta prática, e o campus da universidade tem sido, há vários anos, alvo do problema. O abandono de animais é um delito punível tanto com detenção quanto com multa. 

Problemas gerados
A Ouvidoria da instituição tem recebido reclamações de frequentadores, discentes e servidores que foram atacados por cães ou relatam o risco de haver animais soltos na universidade. As reclamações chegaram a ser pauta nas duas últimas reuniões do Conselho Universitário (Cuni), que cobrou providências da direção.

Entre as reclamações, a presença de animais no Restaurante Universitário, o que fere as normas da Vigilância Sanitária Municipal e exigiu ação urgente da direção com o risco de fechamento do estabelecimento, prejudicando milhares de estudantes e servidores.

Outra motivação importante é destacada pela coordenadora de Endemias da UFLA, órgão vinculado à Diretoria de Meio Ambiente, professora Joziana Barçante. 

Ela destacou que a presença de animais no câmpus deve ser tratada com o víeis de saúde pública, já que os animais podem ser vetores de doenças que podem colocar em risco diariamente a comunidade acadêmica. 

Entre as doenças citadas por ela, a raiva, a leptospirose, larva migrans visceral, larva migrans cutânea ou bicho geográfico e, em especial, a leishmaniose visceral canina, por Lavras ser considerada área endêmica.

A professora relata que existem bairros na cidade em que já foram confirmados mais de 27% de animais positivos para a doença.  

Joziana Barçante comenta ainda que mutirões para o combate à leishmaniose já foram realizados em cerca de 20 bairros da cidade e a proposta é abranger todo o município. Além das orientações, são feitos os exames nos cães.

Solução
A construção do canil de passagem foi uma solução encontrada pela direção diante do enfrentamento de diversos problemas no campus em virtude de animais abandonados. 

Causa da morte
O médico veterinário Antônio Lima, que realizou a vistoria do local, também acompanhou o processo de encaminhamento do animal para necropsia, que será realizada no Laboratório de Patologia do Departamento de Medicina Veterinária (DMV). O laudo deverá ser divulgado hoje, quinta-feira, 26.

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